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Greve do terror: instrutores e motoristas em treinamento escapam da morte

Motoristas e cobradores tentando trabalhar
Motoristas e cobradores tentando trabalhar

Um dia marcado pelo medo e terror, e que quase levou à morte pais de famílias honestos, que só estavam tentando trabalhar para garantir o sustento dos seus. Assim foi a manhã desta sexta–feira (25) para dois experientes instrutores da empresa de transportes Expresso Rodoviário 1001 e mais dez motoristas e cobradores que estavam sendo treinados para assumir vagas na empresa em função da greve dos rodoviários, quando foram atingidos por uma bala disparada por dois homens que surgiram de repente de uma moto e efetuaram o disparo no vidro dianteiro do ônibus, que estava parado no Araçagy, na Avenida que liga à Praia.

Logo em seguida, surgiu outra moto com mais dois homens, que atiraram pedras na lateral do ônibus. O saldo foi o vidro da frente do veículo todo estilhaçado e a lateral danificada pelas pedras. Ninguém saiu ferido. Após o atentado, a polícia militar foi chamada ao local, e cedeu uma viatura para fazer a escolta do ônibus e dos profissionais até a garagem da empresa Expresso 1010, no bairro da Maioba.

O instrutor Gilberto Sell Fontes, de 56 anos, conta que todos foram pegos de surpresa:

“Estávamos com o ônibus parado na Avenida dando instruções aos candidatos em treinamento quando a moto parou na nossa frente. Eu estava em pé e bem atrás do vidro atingido, só não levei o tiro porque me virei para trás para responder a uma pergunta, foi quando a bala vazou o vidro, entrou no ônibus e saiu pela outra janela que estava aberta. Foi um verdadeiro milagre ninguém ter sido atingido”, explicou ele ainda bastante abalado.

O outro instrutor Ivanildo Monteiro de Sousa, 50 anos disse que em 22 anos de profissão nunca viu algo assim, e que vai comemorar a data do dia 25 como um novo aniversário, pois considera que nasceu de novo:

Ônibus totalmente depredado
Ônibus totalmente depredado

“Uma coisa é defender os direitos da categoria, outra é colocar em risco a própria vida de um ser humano. Não sabemos quem fez esse atentado, mas não podemos concordar com atos como estes. Estamos todos abalados e sem motivação e coragem para continuar trabalhando nestas circunstâncias”, declarou Ivanildo.

O motorista Édson dos Santos Netos, 39 anos e desempregado há um mês estava entre os trainees na hora dos disparos e também ficou revoltado com o ato:

“Preciso muito deste emprego e não vou desistir, mas pensar que meus 4 filhos poderiam estar sem pai agora é revoltante”, disse ele.

O Presidente do SET / Sindicato das Empresas de Transportes de São Luis José Luis Medeiros ficou consternado com a situação e declarou que nada justifica um ato tão extremo como este. Ele disse que apesar de continuarem as seleções e os treinamentos, no seu entendimento só será possível circular com os ônibus se houver garantia de segurança para os profissionais e também para a comunidade, tendo em vista que os novos rodoviários recrutados estão bastante amedrontados.

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