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''Cheguei a gritar: ‘olha o carro’, mas não adiantou''

Osvaldo Coelho perdeu a mulher e o sobrinho na av. Litorânea
Osvaldo Coelho perdeu a mulher e o sobrinho na av. Litorânea

Na manhã dessa segunda-feira (7), o repórter Leandro Santos, do jornal O Estado, conversou com Osvaldo Coelho, que perdeu a esposa, Solange Coelho, e o sobrinho Ubiraci Filho, 13 anos, atropeladas na noite de sábado (5), na avenida Litorânea.

O responsável pelo atropelamento, Rodrigo Araújo Lima, 22 anos, chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 6 mil.

Osvaldo Coelho contou como o acidente aconteceu e o que ele está sentido com a tragédia.

O Estado – Era um hábito da família de vocês frequentar a Avenida Litorânea?

Osvaldo Coelho – Minha esposa gostava muito de caranguejo e era um hábito irmos às sextas-feiras ou aos sábados com a família comer lá. Porque depois de uma semana de trabalho é justo que tenhamos um momento de lazer com a família reunida.

O Estado – Você poderia descrever como ocorreu o acidente com a sua esposa e sobrinho?

OC – Chegamos na Litorânea por volta de 19h30. Estacionei o carro e observei que não estava vindo nenhum veículo pela avenida, então atravessei a pista, ficando no canteiro central. Logo em seguida foi a vez da minha esposa com o sobrinho, Ubiraci Filho, atravessarem. Nesse momento eu vi um carro vindo em alta velocidade e com os faróis apagados. Cheguei a gritar para Solange: “Olha o carro”, mas não adiantou. O motorista do veículo veio freando bruscamente por uns 50 metros, perdeu o controle e veio em direção da gente. Eu cheguei a me desviar um pouco, mas o carro atingiu em cheio meu sobrinho e minha mulher.

O Estado – E depois?

OC – Foi tudo muito rápido. A pancada foi tão forte que quebrou o pescoço de Ubiraci e Solange foi arremessada a uns 50 metros. Meu cunhado foi em direção ao filho dele e eu fui socorrer a minha esposa. Chamei pelo nome dela várias vezes só que ela não respondia. Quando a ambulância chegou, logo constataram que Ubiraci estava morto e Solange estava em estado crítico. Os médicos levaram minha esposa para o hospital, mas quando ela chegou lá, já estava sem vida.

O Estado – Você conhecia o responsável pelo atropelamento da sua mulher e seu sobrinho?

OC – Aqui no bairro ele tinha o apelido de Vovozão. O rapaz tinha um histórico de confusões e irresponsabilidades por causa do que fazia frequentemente por aqui. Ele bebia e dava “cavalo de pau” com o carro pelas ruas quase diariamente. Ele vivia sempre incomodando a todo mundo.

O Estado – Quais as providências que vocês vão tomar agora? Vocês vão pedir algum tipo de indenização pelo fato?

OC – Nós não queremos nenhum tipo de indenização. Queremos apenas que a Justiça seja feita, que o culpado seja preso e pague pelo que cometeu. Pois, assim como aconteceu comigo, essa fatalidade pode acontecer com qualquer pessoa enquanto ele ainda estiver solto.

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