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Tiago Bardal diz que Jefferson Portela mandou ‘engavetar’ investigação do caso Décio Sá

O ex-chefe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais, delegado Tiago Bardal, trouxe à tona fatos que podem causar uma reviravolta no caso Décio Sá.

As revelações foram feitas no dia 12 de março, durante o seu depoimento ao juiz da 2ª Vara Criminal de São Luís, José Ribamar D’Oliveira Costa Júnior, na audiência de instrução e julgamento.

Em gravação obtida com exclusividade pelo Blog do Neto Ferreira, Bardal acusa diretamente o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, de engavetar uma documentação que resultaria em uma investigação mais aprofundada e, por consequência, poderia chegar a outros possíveis co-autores do o assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012.

Além disso, a representação apontava uma série de irregularidades durante a apuração dos fatos na época.

O documento foi enviado pela Procuradoria-Geral de Justiça pedindo para a Polícia Civil apurar tais informações.

Ainda de acordo com o delegado, o engavetamento seria porque o chefe da SSP queria evitar uma possível promoção gratuita do então deputado Raimundo Cutrim com o caso, já que a autoria da representação era do ex-parlamentar.

“Isso aqui é uma representação que o deputado Raimundo Cutrim fez, na época deputado, para reabertura do caso Décio Sá, e lá nessa representação, o deputado Raimundo Cutrim dá várias falhas na investigação e vários supostos co-autores que não chegaram. Jefferson Portela pega a pastinha que veio da Procuradoria [Geral de Justiça] e fala: isso aqui você vai levar pra Seic e vai engavetar. Aí eu falei porque doutor? Porque nós estamos em ano de eleição, vai chegar eleição e Cutrim só quer isso para se aparecer, se a gente conseguir chegar em nome de outras pessoas realmente, o nome do Cutrim que vai pra cima e ele vai se reeleger. Para com a investigação”, detalhou Bardal.

Em outro trecho do depoimento, Tiago relata o desespero de Portela ao descobrir, através de uma matéria jornalística, que o seu pedido de parar com as investigações não tinha sido acatado.

“Eu chamei o pessoal do [Departamento do] Crime Organizado, se reunimos. Não vamos aceitar. Comecei a ouvir pessoas, comecei a ouvir pessoas no caso Décio Sá mesmo ele não querendo. (…) Ele me liga: vem aqui na Secretaria! Doido, doido, doido! Porquê você fez isso? Já é o segundo caso; o caso do desembargador não era pra fazer; nesse caso não é pra fazer, porque vocês estão fazendo isso”.

Outro lado

O Blog do Neto Ferreira entrou em contato com o Ministério Público do Maranhão e com a Secretaria de Segurança Pública, mas ambos não se manifestaram sobre o caso.

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