A Polícia Federal (PF) ampliou a investigação de desvios de recursos do Ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro, beneficiando parlamentares do Centrão, para vários estados. A apuração mira a mais importante forma de repasses do orçamento secreto, como eram conhecidas as emendas de relator.
No Maranhão, onde no ano passado foi deflagrada uma operação para apurar os desvios, foi descoberto um esquema de falsificação de dados das prefeituras para aumentar artificialmente o teto de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) que deputados e senadores podiam indicar.
Com isso, prefeituras passaram a, sob indicação do Congresso, receber recursos milionários de que não precisavam. O Ministério da Saúde identificou essa irregularidade em municípios de vários estados.
O material produzido pelo ministério, que deve comprometer diversos expoentes do Congresso Nacional responsáveis pelas indicações, está nas mãos da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que também conduz uma investigação sobre o assunto.
O Ministério da Saúde liberou cerca de R$ 18 bilhões do orçamento secreto, de 2020 a 2022. Desse montante, R$ 13,6 bilhões foram transferências fundo a fundo direto para o caixa das prefeituras, por indicação de congressistas.
Do colunista do Metrópoles, Guilherme Amado