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Gilmar Mendes será o relator de mais um inquérito sobre Aécio Neves

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Mais sete inquéritos baseados na delação de executivos da Odebrecht saíram do gabinete do ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), e ganharam novos relatores. Isso porque tais inquéritos não dizem respeito a desvios na Petrobras, foco das investigações da Lava-Jato. Os sete processos têm como investigados pessoas como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS).

Gilmar Mendes será o relator de mais um inquérito em que é investigado o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que retomou nesta terça-feira o mandato após 46 dias afastado. Além dele, são alvos da investigação o senador Antonio Anastasia (PMDB-MG), o ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) Oswaldo Borges da Costa, e o publicitário Paulo Vasconcelos do Rosário Neto.

As investigações apontam o pagamento de propina disfarçada de doação eleitoral oficial na campanha de 2010, quando Anastasia foi candidato a governador de Minas Gerais. O pedido teria sido feito por Aécio.

Por pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a distribuição deste inquérito foi feita por dependência, ou seja, seguiu o sorteio de outra investigação, que já havia sido redistribuída para Gilmar Mendes em junho. Neste outro inquéto, o tucano é investigado por ter recebido “pagamento de vantagens indevidas em seu favor e em benefício de seus aliados políticos” nas eleições de 2014.

A ministra Rosa Weber vai herdar três inquéritos. Um deles investiga desvios nas obras do metrô de Porto Alegre. Há cinco investigados nesse caso: Padilha, Marco Maia, o ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-presidente da Trensurb (a empresa responsável pelo metrô de Porto Alegre) Marco Arildo, e Humberto Kasper, ex-diretor da empresa.

Rosa Weber também vai cuidar do inquérito que investiga o senador Dalirio Beber (PSDB-SC) e o prefeito de Blumenau (SC), Napoleão Bernardes (PSDB). Os delatores da Odebrecht disseram que a empresa procurou durante a campanha de 2012 candidatos a prefeito com chance de ganhar eleições em municípios onde a empresa detinha concessões, como em Blumenau. O objetivo era buscar apoio à manutenção dos contratos de saneamento de água e esgoto. Assim houve um encontro com o senador Dalírio Beber, articulador da campanha de Napoleão Bernardes. Ficou acertado um repasse R$ 500 mil ao então candidato, por meio do departamento da propina.

O terceiro inquérito sob responsabilidade da ministra diz respeito ao deputado Fábio Faria (PSD-RN), a seu pai, o governador do Rio Grande do Norte, Fábio Faria, e à ex-governadora do estado e prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini. Eles teriam recebido doações não contabilizadas em 2010, quando Fábio era candidato a deputado, Rosalba a governadora, e Robinson a vice. Em troca, ajudariam a empresa em um projeto de saneamento no estado.

O ministro Luiz Fux será o relator do inquérito do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), suspeito de ter recebido da Obebrecht R$ 300 mil por meio de caixa dois na campanha de 2010. Em 2014, ele teria recebido mais R$ 280 mil, dessa vez por doação oficial, em troca de ajuda do parlamentar em defesa dos interesses da empresa.

O inquérito que investiga a deputada Yeda Crusius (PSDB-RS) ficará com o ministro Celso de Mello. Segundo os delatores da Odebrecht, houve repasses totalizando R$ 1,75 milhão entre 2006 e 2010. Na campanha ao governo gaúcho em 2006, foram R$ 200 mil por doação oficial e R$ 400 mil pelo departamento da propina da Odebrecht. Na campanha à reeleição em 2010, foram R$ 600 mil de doações oficiais e 550 mil por meio do departamento da propina. Em troca, a Odebrecht queria garantir que a Braskem – petroquímica do grupo – continuasse recuperando créditos de ICMS no Rio Grande do Sul.

Luís Roberto Barroso é o novo relator do inquérito que investiga o deputado José Reinaldo Tavares (PSB-MA). Governador do Maranhão entre 2003 e 2006, ele é acusado de ter ajudado a Odebrecht durante sua gestão. Os delatores apontaram que, em janeiro de 2007, o advogado Ulisses César Martins de Sousa, investigado no mesmo inquérito, recebeu uma vantagem indevida da Odebrecht como contrapartida à sua atuação junto ao ex-governador, de modo que ele acelerasse pagamentos de uma dívida do estado com a Odebrecht.

Até agora, outros 15 dos 76 inquéritos abertos a partir das delações de executivos da empresa já saíram do gabinete de Fachin. Com os sete de hoje, já são 22. O restante, pelo menos por enquanto, continua com o relator da Lava-Jato.

O Globo

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