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Dia Internacional da Mulher e os exemplos de mulheres coragem

(Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, vale conhecer a história de vida da ex- esposa de Guimarães Rosa, a luta da magistrada corregedora do Conselho Nacional de Justiça e o trabalho de uma Major da PM do Rio de Janeiro)

ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA

Paranaense, nasceu em Rio Negro, e ainda criança foi morar com os pais em São Paulo. Em 1930, Aracy casou com o alemão Johan von Tess, com quem teve o filho Eduardo Carvalho Tess, mas cinco anos depois se separou, indo morar com uma irmã de sua mãe na Alemanha. Por falar quatro línguas (português, inglês, francês e alemão), conseguiu uma nomeação no consulado brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Secção de Passaportes.

No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou acicular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracysimplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu.

Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto. Elesoube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.

Aracy permaneceu na Alemanha até 1942, quando o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas com aquele país e passou a apoiar os Aliados. Seu retorno ao Brasil, porém, não foi tranquilo. Ela e Guimarães Rosa ficaram quatro meses sob custódia do governo alemão, até serem trocados por diplomatas alemães. Aracy e Guimarães Rosa casaram, então, no México, por não haver ainda, no Brasil, o divórcio. O livro “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa (1956), foi dedicado a Aracy.

Sua biografia inclui também ajuda a compositores intelectuais durante o regime militar implantado no Brasil em 1964, entre eles Geraldo Vandré, de cuja tia Aracy era amiga.

Aracy ficou viúva no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer e morreu no dia 3 de março de 2011 em São Paulo, de causas naturais, aos 102 anos.

Fonte: Site Brasilianas. Org.

ELIANA CALMON

Ao liderar a luta pela devolução ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do direito de investigar magistrados, independentemente das ações nas corregedorias estaduais, a ministra Eliana Calmon, corregedora do CNJ, ganhou a admiração de todos os brasileiros pela luta obstinada em favor da transparência no Poder Judiciário. E, mais, para o bem da democracia, processos disciplinares contra juízes serão julgados agora em sessão pública. Uma ato de coragem que marcou a história do fim do corporativismo, indesejável em qualquer dos Poderes da República e em classes profissionais. Todos, de uma vez por todas, são agora iguais perante a lei. Paro bem da democracia, o princípio da transparência dos atos públicos, a começar pelo Poder Judiciário, foi restabelecido. A ética, a coragem e o elevado espírito de patriotismos demonstrados pela insigne ministra Eliana Calmon, são exemplos positivos deixados para as novas gerações. Eliana Calmon é uma mulher coragem. O Estado. Democrático de Direito saiu pois vitorioso pela luta obstinada e incansável de uma valorosa mulher. .

PRICILLA DE OLIVEIRA AZEVEDO

Ela é negra, corpo seco e musculoso, cabelos sempre presos num coque bem apertado e, de enfeites, apenas gloss e discretos brincos nas orelhas. Tem 1,65 metro e não deve pesar muito mais do que 60 quilos. Não fosse por certa dureza, logo notada, a major da Polícia Militar Priscilla, de 34anos, poderia até ser descrita como uma mulher de aparência frágil. Engano. Depois de expulsar o tráfico do Morro Dona Marta, em Botafogo, como primeira comandante de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio, ela ligou na terça-feira dos EUA, na hora do almoço, para contar ao secretário de Segurança, José Beltrame, outro feito. Meio sem jeito, disse que era uma das dez vencedoras do Prêmio Internacional Mulheres de Coragem 2012.

— Você é uma guerreira! — explodiu Beltrame ao telefone.

Não era para menos. Em 2008, ele colocara nas mãos de um oficial da PM, ignorando resquícios machistas, o mais importante programa de segurança do governo.

Beltrame não esconde de ninguém a admiração que tem pela história de Priscilla de Oliveira Azevedo, de origem humilde, parecida com a dos moradores da comunidade que protegeu por três anos. No início, chegou a andar de fuzil pelas vielas. Depois da pacificação, adotou a pistola. Mas a arma da major sempre foi mesmo a conversa. Junto com a repreensão no olhar, era imbatível. Pode parecer politicamente correta, mas, dizem, que se transformavam operações policiais. Com a adrenalina, sobravam até palavrões.

Mulher coragem. O título faz sentido. Em 2007, ela sofreu um sequestro-relâmpago. Foi levada com uma arma enfiada na boca até uma favela em Niterói. Quando a identificaram como policial, ela apanhou. Na cara. E muito. Ficou cheia de hematomas. Mas conseguiu fugir. Catou um por um seus detratores; só falta um. Um dia chega o dia dele.

Estudante de direito, a major — que deixou até afilhados na favela; e quantas Priscilla sem S não nasceram depois de sua passagem por lá? —só saiu da Dona Marta para assumir o desafio de cuidar de todos os projetos estratégicos da pasta.

O prêmio é um luxo para Priscilla, evangélica da Assembleia de Deus, criada no subúrbio. Será entregue nesta quinta-feira, Dia Internacional da Mulher, pela secretária de estado americana, Hillary Clinton, em Washington. E terá como convidada especial ninguém menos que a primeira-dama Michelle Obama. Priscilla também deverá ser cumprimentada por Leymah Gbowee e Tawakkol Karman, que ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2011. O evento será no Auditório Dean Acheson do Departamento de Estado dos EUA. Em comum entre as premiadas, ações na área de direitos humanos, caso de Samar Badawi, ativista política da Arábia Saudita, ou de Hawa Abdallah Mohammed Salih, do Sudão.

Fonte: Jornal ‘O GLOBO’

EXEMPLOS

Aracy, Eliana e Priscilla são, pois, três belos exemplos de mulheres coragem a serem reverenciadas, entre bilhões de mulheres heróis e anônimas no mundo, neste O8 de março. Nossos calorosos aplausos a quem dá a luz da vida e os exemplos de coragem, amor, afeto, doçura e companheirismo. Parabéns mulheres pela lutas e conquistas.

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