Comerciante relata ameaça da Seccor para confirmar propina de R$ 150 mil a Tiago Bardal

Secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, e os delegados da Seccor, Ricardo Moura e Luiz Mendes.
Em depoimento na 2ª Vara Criminal de São Luís, o comerciante Francisco de Almeida Cruz revelou que delegados da Superintendência de Combate à Corrupção (Seccor) ameaçaram de prendê-lo e o pai, um idoso de 75 anos, caso não confirmasse que pagou R$ 150 mil de propina para o ex-delegado Thiago Bardal liberar uma carga de cigarro.
O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela chegou afirmar, durante uma entrevista coletiva realizada no ano passado, que o ex-delegado recebeu o pagamento a vantagens indevidas do comerciante.
No entanto, Cruz negou o caso e declarou, ainda, que os delegados foram na casa dos pais dele e se portaram de forma truculenta para tomar o depoimento que, inclusive, chegou a ser impresso numa lan house vizinha. “Polícia é polícia né, a gente que não tem o conhecimento fica preocupado, primeiro com a situação dos meus pais, fizeram um monte de perguntas, e um deles lá escrevendo, perguntaram onde é que tinha uma lan house, foram lá e imprimiram”.
Ao ser questionado pela promotora do caso sobre quais perguntas foram feitas pelos integrantes da Seccor, Francisco disse que seriam sobre as caixas de cigarro e a propina que supostamente teria dado a Bardal. O comerciante falou, ainda, que ficou intimidado com a ação dos delegados e acabou confirmando todas as acusações.
Cruz frisou que os policiais disseram que os levariam para a sede da Superintendência. “Só que quando eles foram perguntando, eu fui confirmando, eu não sabia o que poderia acontecer comigo depois. Eu confirmei porque eu eu queria que eles fossem embora. Agiram com truculência. Disseram que eu poderia ser conduzido pra Seccor”.
Oitiva
Em meados do mês de março, o ex-delegado Tiago Bardal prestou depoimento na 2ª Vara Criminal e fez declarações bombas onde colocou o titular da SSP, Jefferson Portela, no meio de uma crise institucional com o Poder Judiciário.
Na ocasião, Bardal afirmou que Portela mandou investigar desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão. Além disso, o acusou de engavetar um pedido de reabertura do caso Décio Sá, que foi morto em abril de 2012.
Procurada há duas semanas pela reportagem, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública não se manifestou. O Blog também tentou ouvir o titular da Seccor, Roberto Fortes, mas ele não se pronunciou sobre o caso.
Foram procurados também os delegados Ricardo Moura e Luiz Mendes, mas o Blog não obteve sucesso.
O espaço está aberto para que os citados no caso se pronunciem.
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